sexta-feira, 28 de maio de 2010

subi no palco, coloquei-me ao meio e contei a minha história de amor , no meio da história, percebi que ela transformava-se em um pesadelo.
da plateia eu só enxergava olhares esbugalhados, bocas abertas, olhos tristes de pessoas que se identificavam com a história e muita, muita pena de quem estava ali .. em cima do palco pouco iluminado, contando sua tragetória em poucos anos de vida.
acho que o que mais surpreendeu a todos , foi que enquanto 75% da plateia já estava aos prantos, eu não derramava uma lágrima.
eu não demonstrava nenhum indício de que a qualquer momento ia desmoronar em cima do palco, com aquela pequena luz focando em mim.
uma luz fraca, assim como já estava o meu coração.
acho que por isso não derramei uma gota de lágrima durante o percurso, eu já estava fraca, parecia que seca também .. depois de tanto sofrer, chorar , eu simplesmente não suportava mais a ideia de deixar uma lágrima escorrer do meu rosto.
portanto, no último ato, as pessoas já me olhavam com pena, choros e vontade de me falar que tudo ficaria bem , uma me chamou a atenção.
ao canto esquerdo, na cadeira do fundo, um dos locais mais escuros, estava alguém sem coração, sem lágrimas, sem sofrimento, sem dor e sem nenhum indício de que fosse derramar uma lágrima.
disse as minhas três ultimas frases olhando em seus olhos, e então uma lágrima seca escorreu de meus olhos assim que as cortinas começaram a se fechar, porém à tempo de eu ver que a mesma lágrima seca, de dor e angústia que escorreu de meus olhos, escorria dos olhos dessa pessoa também.
fim do ato, as cortinas se fecharam e eu me afundei em dor novamente.
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hoje eu queria aprender a falar de voce sem que meus olhos se encham d'água e sem deixar aquela lágrima teimosa caia.